terça-feira, 30 de outubro de 2012

Capivaras do Amor

Começou o horário de verão e os dias demoram mais para acabar. O solzinho da tarde ta perfeito para aquele encontro romântico esporádico de um meio-início de semana.
Nessa fase tudo é lindo.
Segunda-feira nenhum dos dois trabalhou, eles também não se queixaram de sair da cama uma hora mais cedo. A única coisa que importava é que as 18:15 eles iam se encontrar.
Ele planejou uma coisa bem romântica e ela refez a escova de sábado.
Às seis ela passou um rímel, deu um retoque no blush e refletiu sobre trocar de blusa. 
Às seis e quinze ele a esperava na porta da firma, acho que passou perfume.
Na garupa da moto ela tinha uma vaga ideia de onde estavam indo.
Estacionaram do outro lado da avenida. 
Dispensaram os bancos e desceram o gramado. Sentaram-se  bem próximo a água, meio deitados  para ver estrelas, talvez, quem sabe, ver algum reflexo romântico na água.
Ali, na Lagoa da Pampulha, ficaram horas, enquanto as Capivaras do Amor nadavam crawl.
Bom que não fizeram pique-nique.
O amor não tem cheiro.


segunda-feira, 8 de outubro de 2012

Qualquer outra coisa

A verdade é que nada é de verdade. Tudo não passa de disfarce.
Disfarce a gente começa a montar logo cedo. Naquela pré-adolescência bacana em que a gente não sabe se joga "ranca" ou paquera no shopping, também decide se tornar "Paty" ou "qualquer outra coisa". ~ No caso eu me tornei "qualquer outra coisa".
"Qualquer outra coisa" nada mais é, ou foi, do que ser contra-corrente. Deixar de pentear o cabelo e ir à escola de sandália e meia, vestindo uma calça jeans dois números maior e um moletom poido, independente da temperatura.
Com o tempo a gente já não pode mais usar aquela calça, que não serve mais. Vai a lugares que o moletom poido não é muito bem aceito. Mas com a rebeldia que nos é nata ainda assim não penteia o cabelo.
Pra ser diferente a gente passa a ouvir músicas que não são top 10 ou 20. Deixa de escutar as rádios do momento e "abomina" os lugares mais frequentados da cidade. Pra manter o disfarce, a gente diz que prefere ver um filme russo do que um Blockbuster. Tomar uma cerveja no "vaga-lume" do que um "big-apple" na balada. A gente prefere e descarta.
Pra ser diferente a gente vasculha a programação gratuita e pseudo-cult da cidade, gratuita porque a gente também disfarça pobreza com cultura.
Pra ser diferente a gente se torna igual. E num impulso de voltar a ser diferente a gente pensa em voltar atrás e fazer tudo aquilo que deixou de fazer pra ser diferente.
Esse disfarce já não faz mais sentido. Estão todos usando, até aquelas "Patys" de dez anos atrás.
Cansei, vou ouvir Soweto.



Até!

segunda-feira, 1 de outubro de 2012

Gata do mês

Em Outubro decidi ser a gata do mês. Vou escolher aquela foto de perfil que me deixa gatinha e me mostrar para o mundo, ou para o jornal do bairro.
Vou descrever aquilo que todos querem saber, mas que ninguém se interessa. Fingir que eu sou descolada ou que sou uma moça meiga. Serei uma digna "Gata do mês".
~
Tô Gata, tô baiana, tô com conjuntivite.

 ~
Meu nome é Renata de Freitas Barros, tenho 23 anos, mas idade mental de 7.
Faz um tempo, a contragosto gostando que deixei de ser estudante para me tornar uma desempregada empregada. 
Vivo num mundo paralelo de segunda à sexta, e finjo que tudo não passa de uma experiência antropológica.
Confesso que choro assistindo final de novela, "Chegadas e Partidas" e, houve um tempo, até "Pica-pau".
Desconfio que meu lugar predileto seja dentro de mim mesma. Meus delírios e ideais parecem bem mais interessantes que vários lugares que eu possa galgar (queria encaixar essa palavra em alguma frase na vida) no mundo.
Não tenho nada a dizer sobre o hotel fazenda free-time ou sobre hotéis fazenda. Meu descanso é mesmo dormindo, que seja no ônibus.
Sobre meu time (do corassaum) faz 4 dias que a gente brigou. Mas ainda estamos flertando. Por enquanto tô jogando a culpa da nossa briga na mídia e no Vagner Love.
Podia dizer que recomendo o "duelo de MC´s", mas recomendo mesmo é que se movimente. Aprendi isso com uma querida e tamos pondo em prática nessa belorizonte, ou tentando.
Agora, Caio F. Abreu que me perdoe, não decorei nenhuma frase de efeito.
Espero que ainda me aceitem como a "Gata do mês", mas não visitem meu perfil no Facebook porque ele tá lá só pra queimar meu filme.

Até breve!

Como não vivo sem observações:

OBS.1: Tirei a ideia dessa foto que coloquei no instagram.

OBS.2: Não tenho nada que me oponha a "Gata do mês" só achei divertido me imaginar nessa coluna.