domingo, 13 de março de 2016

Quatro fichas, três Brahmas e uma Glacial.



Acordei e decidi que hoje ia ficar na fossa, dessas que você cura com umas quatro fichas da Jukebox, três Brahmas e uma Glacial.

Pra essa noite comprei as quatro fichas, pedi uma cerveja e resolvi observar como todos reagiam a Elza Soares. Achei que convinha começar com aquela voz embargada, um apelo pro retorno e a vontade de recomeçar.
Me pareceu boa a ideia de recomeçar.
Pedi uma Brahma, talvez eu preferisse uma Antártica, mas a força do hábito me levou a Brahma.
Uma das lampadas estava queimada e a do fundo piscava. 
A iluminação meio baixa combinava com aquelas paredes manchadas de poeira e uma leve camada de gordura, com os buracos da porta do banheiro, aquela asa de barata e com a avenida nem um pouco convidativa.
A música começou e os que estavam nas mesas ao lado começaram a se dar conta do que ouviam. Uma conversa calorosa na mesa do canto foi ficando mais frágil, o silêncio foi tomando forma, e aos poucos só se ouvia rouquidão.

Pensei que eu deveria ter colocado as cincos fichas em uma só música, assim como teria feito com meu fone de ouvido contemplando a paisagem a caminho do trabalho.

Mas ainda vira disritmia, a minha obsessão por retornos e o começo da Glacial gelada. 

Domingo àquela hora ficava difícil desviar do gosto pelo sofrimento, da idealização do amor, de algumas canções do Roberto, e do fim das Brahmas.
Mas ficava fácil trocar todos os problemas da vida por um sofrimento, trinta reais e uma lágrima pendente no canto do olho direito que quase me faz acreditar que tudo aquilo é real.



sexta-feira, 30 de agosto de 2013

Use protetor solar e rale os joelhos

Hoje eu acordei com uma ruga de expressão nova. Sim, hoje, porque eu ainda não dormi.
E pensar que no último final de semana eu resolvi sair sem maquiagem só pra aproveitar minha juventude.

Agora, com quase um quarto, é melhor correr, pois quando eu tropeçar cheguei na metade, ou talvez no século completo mesmo. 

Nossa senhora! 
Você tem algum creme anti-rugas pra me indicar? 
Tem como correr atrás dos vinte e quatro anos quase sem protetor solar? 

Socorro!
Só penso naquele vídeo narrado pelo Pedro Bial com o texto de seilá quem onde o conselho era: USE PROTETOR SOLAR.

Use protetor solar ou o Pedro Bial pode ficar repetindo isso na sua cabeça. Use protetor solar ou vai ficar lembrando do Pedro Bial todos os dias. Use protetor solar ou o Pedro Bia..MANHÊEEE, AQUI EM CASA TEM PROTETOR?????


terça-feira, 13 de agosto de 2013

As aventuras de Jorge, uma capivara politizada.

"Será que hoje a gente encontra com o Jorge?"
"Tomara."
...
"Ih, acho que ele tá em missão, não tá por aqui hoje."
"Você ficou sabendo?"
"O quê?"
"Entre uma mamadeira e outra o Jorge tá que tá. Tá integralizando a comunidade das capivaras todo sábado, lá na ilha da lagoa.
Há boatos de que ele entrou pra Rede, tem até fotos com a Marina. Foi a todas as passeatas, furou até o bloqueio da Fifa. Um Ás esse cara.
Aos domingos, depois de ler um pouco ele toma um sol por aqui, de chapéu panamá e óculos wayfarer"
...
"Dizem que ele teve um encontro com o Divino um dia desses, falaram um pouco sobre estado laico e discutiram a ideia de um messias que surgiria dos excluídos."
...
"E olha que só tem quatro meses hein, imagina daqui a pouco"
"Mas vai saber! Ele tá sempre disfarçado."
Jorge tava em missão em Roraima, provavelmente dialogando com "povos tradicionais"

Obs.: A ideia é viagem minha, qualquer crítica é mera coincidência, mas vale ler a reportagem pelas três mamadeiras ao dia.


sexta-feira, 26 de julho de 2013

Não dá pra mudar, ainda mais agora.

Na madrugada do dia 25/07/2013 eu fui dormir campeã.

Eu que tanto acreditei até aquela bola no travessão fui dormir incrédula. Incrédula e com medo de ter sido um sonho assim como os que antecedem todas as partidas importantes do Atlético. Um sonho como foram meus últimos 23, quase 24 anos de torcedora atleticana.

Mais de vinte e quatro horas depois de ver o Réver levantar a taça e presenciar o que me fez ficar com olhos marejados tantas vezes só de imaginar que fosse possível, meu riso é fácil e constante.
A cada torcedor que passa por mim ou a cada grito de Galo eu sinto uma enorme cumplicidade. 
Sei exatamente como ele está se sentindo. 

O jogo de quarta-feira me fez recuperar a fé, me fez acreditar ainda mais, me desvencilhou da imagem daquele jogador atleticano chorando a caminho do vestiário em 1999.

Não Vó, não dá pra largar do Galo, não dá pra trocar essa paixão por um namorado e é IMPOSSÍVEL mudar de time.

Assim como não dá pra esquecer o escorregão providencial do jogador do Olímpia, o pé santo do Vítor, o Gol deitado do Jô ou a cabeçada certeira do Leonardo Silva.

E aquela música, de quem era mesmo? Vivaldi, Mozart, Beethoven? Droga, não entendo nada disso. Mas pra mim ela sempre será confundida com o Mineirão ecoando "Eu Acredito".

Obs.: Acho que parei com esse tema, mas não era algo que eu podia deixar passar batido.




quarta-feira, 24 de julho de 2013

Hoje é hoje!

As fotos desse cara são as mais bonitas sempre. Vale conferir!


Eu podia começar contando daquele primeiro jogo contra o São Paulo e da água abençoada do Rogério Ceni, ou daquele gol chorado do Luan, do feito milagroso do Vítor contra o Tihuana ou da ressurreição do Guilherme e de mais um milagre do Vítor. Mas me atenho nas duas últimas semanas.

Na quarta-feira passada mais ou menos a essa hora meu coração estava acelerado, eu tremia dos pés a cabeça e começava a julgar se não era melhor tomar um calmante. Deu a hora do jogo e eu estava ensandecida, desorientada, com dor de barriga e lógico brigando com a minha mãe que não consegue saber que "a globo é no 21!", "é só apertar o return", "não eu já disse que não quero ver", "me dá esse controle, você não sabe de nada".
O resultado não foi lá o que eu esperava, mas na quinta a única coisa que me fez chorar foi a possibilidade iminente de não conseguir o ingresso pro dia 24.

Depois disso foram horas de fila, dispêndio financeiro e mais horas e horas de ansiedade.

Se hoje vai dar certo? Eu acredito!
E nas poucas vezes que eu chego a duvidar renovo minhas promessas, checo as superstições e assisto, pelo menos, a mais cinco vídeos motivacionais.

O grito de campeão está entalado na minha garganta e meu destino na quinta-feira é incerto. Mas sei que hoje vou fazer a minha parte gritando por noventa minutos. Acreditando e fazendo acreditar. 
Porque hoje é hoje. Hoje é o jogo da vida.

E vó, não é fanatismo. É amor, é ser atleticano. Porque na vida a gente precisa de uma paixão.



quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

Desabafo

Tirei daqui

Depois da segunda noite mal dormida, logo pela manhã já conversa sobre coisas que te irritam...

É Renata, talvez você precise falar.

- Sabe todo aquele diminutivo? Cansei.
- Cansei mas não dá pra sair por aí falando tudo que a gente pensa.
- A natureza é explosiva mas o bom senso não deixa.

(Agora é a hora que eu começo a desabafar sobre essa coisa tuda e descarrego minhas observações extremamente críticas. Tudo é bem ofensivo.)

- Duas horas de críticas: falo sobre a personalidade, expressões faciais, reações e etecétera.
- Quarenta e cinco minutos falando sobre o suposto efeito na minha vida.
- Mais uns dezesseis minutos criticando.
- Finalmente falando sobre aquele episódio que me incomodou.
- Dois segundos em que eu jogo tudo para o alto.

Pronto!
Não desabafei.
Ninguém se ofendeu com o que leu.
Nada se resolveu.
Mas pelo menos me distraí.




domingo, 20 de janeiro de 2013

Um ano promissor

Tirei daqui

É engraçado como a gente deposita todas as chances em um ano que se inicia. Ainda mais depois de um suposto fim do mundo. 
No ano passado o mundo acabou e esse ano me agarro a uma esperança meio boba e repetitiva de que agora minha vida vai mudar.
Depois de milhões de metas e promessas tenho a certeza, ou melhor, a esperança de que nesse novo ano tudo vai dar certo. 
Vou sair da inércia, emagrecer, me apaixonar, mudar de vida ou qualquer outra coisa.
São tantas metas e promessas que as realizações dos anos anteriores parecem não fazer mais sentido. Os outros 23 anos vividos são como buraco negro. Nenhum deles era o ano da esperança, pelo menos não comparados a hoje. Os planos de outrora uma vez realizados já não tem graça, assim como os planos desse ano parecerão frente aos de 2014.
Início de ano é tão promissor.

Esse ano vai ser diferente!

De tanto acreditar nisso talvez ele seja. 
Mesmo que no próximo Janeiro as esperanças se renovem e o novo ano seja ainda mais promissor.

E aí, quais são as suas metas?